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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ESQUIZOFRENIA GENERALIZADA


Prof. Marcos Coimbra
Membro do Conselho Diretor do CEBRES, Titular da Academia Brasileira de Defesa e da Academia Nacional de Economia e Autor do livro Brasil Soberano.
         Vivemos dias tempestuosos nos tempos atuais, nunca dantes imaginados. A esquizofrenia caracteriza-se quando comportamentos abertamente desviantes se manifestam em um sistema. O que é válido para qualquer conjunto, seja ele um indivíduo, um país ou o mundo.
         Na área internacional, persistem episódios dantescos, abrindo sérios precedentes, capazes de ameaçar todos os países. Virou moda o ataque dos modernos corsários a países detentores de matérias primas, em especial petróleo ou outros recursos naturais escassos nas nações agressoras e até mesmo daqueles passíveis de abrigar portos ou dutos de interesse estratégico. Primeiro o Iraque, sob o pretexto de possuir armas de destruição em massa, até agora não encontrados. Simultaneamente, Afeganistão e Paquistão. A imprensa noticia que foi eliminado aquele que seria o líder da principal organização terrorista mundial e seu corpo é jogado no mar, sem transparência. Acredite quem quiser. É evidente que versões, as mais fantasiosas imaginadas, pululam na Internet. A verdade, como sempre, é a grande vítima.
         Continua a agressão à Líbia, sob a desculpa de proteção à população civil, enquanto os bombardeios da OTAN massacram indiscriminadamente centenas de inocentes. De onde surgiram as “forças rebeldes”, com armamento e munição farta, em um regime dito tirânico? Foram fornecidas pela Internet? Os recursos de um país soberano aplicados nas nações mais ricas são confiscados e sua utilização transferida para os “rebeldes”. Hoje é a Líbia. Amanhã poderá ser qualquer outro país, inclusive o nosso Brasil.
 A bola da vez parece ser a Síria. De novo, a estória de que um feroz ditador está atacando com armas de guerra a população civil. O Tribunal Penal Internacional entra em campo outra vez denunciando Khadafi, Assad e outros. Por outro lado, surge a denúncia contra o ex-presidente Bush, acusado também de crimes contra a humanidade. Virou moda. Quem sabe amanhã também será acusado até o detentor do Nobel da Paz Obama? Afinal, as guerras de “libertação” continuadas e/ou empreendidas por ele estão provocando centenas de mortes e milhares de feridos.
No campo econômico persiste o impensável. O rebaixamento da nota de crédito soberano dos EUA pela agência de risco Standard & Poors para AA+, agravada pela fraqueza de quem deveria ser o homem mais poderoso do mundo. Até quando o mundo aceitará o dólar como moeda padrão, sem qualquer lastro? É uma situação insustentável no médio prazo. Que venha o bancor de Keynes! Na zona do euro reina a desconfiança. Bilhões de euros e dólares são “doados” aos grandes e verdadeiros responsáveis pela crise mundial, em detrimento da classe trabalhadora de seus respectivos países.
A indignação se alastra por toda a Europa, pois direitos adquiridos estão sendo atingidos. Até aposentadorias e pensões, além, é óbvio, da eliminação de oportunidades de trabalho. As taxas de desemprego atingem valores absurdos principalmente nos mais jovens. Enquanto isto os “donos do mundo” e seus agentes permanecem acumulando riquezas imorais. Até o insuspeito bilionário Warren Buffett brada: “Parem de mimar os super-ricos.” Será que os detentores do poder político ainda não tiveram a sensibilidade de perceber que estão criando as condições para uma revolta sem precedentes em seus respectivos países?
Em Pindorama, este quadro é agravado. Não existem recursos para aplicação na infra-estrutura econômico-social (saúde, educação, segurança, energia, transportes, comunicações, ciência e tecnologia), mas aparecem milagrosamente em obras ou empreendimentos faraônicos como Olimpíadas, Copa do Mundo, “trem-bala” (no mínimo, 50 bilhões de reais) etc. Parece que as necessidades coletivas e básicas do povo brasileiro já foram atendidas e agora é hora do circo. A corrupção alcança patamares de pandemia. É difícil achar um órgão, nas três esferas de administração, capaz de passar incólume por uma devassa.
Políticos oportunistas propõem a criação de novos Estados. Ora, a experiência mostra o erro trágico de permitir o surgimento de milhares de municípios sem a menor condição de autonomia econômico-financeira. Vivem das transferências recebidas da União e dos Estados.  Somente poderia ser estudada a possibilidade de criação de novos entes federativos com a condição de serem auto-suficientes, sem necessidade de recebimento de um centavo oriundo de transferências.
 A União possui mais de 20.000 cargos de nomeação política para manter a “coalizão presidencialista”, fora os demais atrativos. Imaginem o número adicional de cargos de governadores, senadores, deputados federais e estaduais, conselheiros de contas e suas respectivas e inúmeras assessorias. Enquanto isto a presidente Dilma tem a coragem de vetar o aumento real já acertado para os aposentados com valores acima de um salário mínimo. É o paroxismo da crueldade e da prepotência.
A FIESP publica um anúncio monumental informando que se o governo leiloar todas as concessões que vencerão dentro de quatro anos, o preço médio da energia cobrada pelas hidrelétricas poderá cair dos atuais R$ 90,98 por megawatt-hora (MWh) para R$ 20,69 MWh. Isso porque os investimentos feitos para construir as usinas já foram amortizados, permitindo uma forte redução do preço da eletricidade produzida.  Segundo a FIESP, as tarifas poderiam cair até 20% com os leilões. E agora?
Correio eletrônico: mcoimbra@antares.com.br
Página: www.brasilsoberano.com.br (Artigo de 16.08.11-MM

domingo, 14 de agosto de 2011

Comentário nº. 106–14 de agosto de 2011










Assuntos: Ministérios; Geopolítica no Mundo e no País ; Pequenos Tópicos














Ministérios.






Dos Transporportes - Um General vai assumir o comando do DNIT. Para o segundo posto foi nomeado um auditor civil, mas também originário da Engenharia Militar. Bom sinal, poderá começar a dar certo.






Outros Ministérios - Que existam roubos e outras irregularidades em vários ministérios ninguém duvida. Já começam a vir à luz nos Ministérios da Agricultura, do Turismo, da Cultura, dos Direitos Humanos com seu revanchismo, da Educação, com seu Kit Gay, da Justiça com sua Funai, do Meio Ambiente com seu Ibama, e outros. Dificilmente Dilma, mesmo querendo sanear o País, ousará atacar mais um dos focos de corrupção neste momento, principalmente se envolver o PMDB. Se o fizesse, só se manteria no governo com forte apoio popular através de plebiscitos e com o aval das Forças Armadas






Da Defesa -A nomeação de Amorim causou uma onda de repulsa entre os meus amigos mais chegados. Também recebi a notícia com restrições, devido a minha aversão atávica ao esquerdismo extremado. Com o treino em Inteligência, deixei a emoção de lado, dei um tempo para colher elementos de uma análise profissional; separando os elementos relevantes conhecidos e os elementos a conhecer antes de uma conclusão, ainda que parcial.






O primeiro dos dados a analisar seria a dicotomia existente entre militares e diplomatas em caso de guerra; uns querendo vencer a guerra e outros querendo negociar a paz. Isto é real, mas depende das pessoas: um Rio Branco redivivo seria o ministro que todos gostaríamos de ter, mas pode o Amorim reviver o Barão? – É difícil, mas ainda há esperança. As declarações iniciais dele foram corretas e animadoras (se não for o velho disfarce esquerdista, ótimo), e a principal acusação que lhe fazem – o apoio ao Irã, em minha opinião foi mesmo a atitude correta, pois se o nosso País pretende um dia ser uma potência nuclear não pode condenar que outro persiga o mesmo ideal. O que ainda não se sabe é qual será a atitude do Amorim face a tal “comissão da vingança”. O Jobim ganhou alguma lealdade do alto coman do tomando, neste caso, posição coerente com o pensamento militar. Como será o Amorim? Ainda não dá para saber, mas disso dependerá, em grande parte, se vai liderar ou vai entrar em choque com sua tropa.














Geopolítica no Mundo






No passado, o poder inglês foi sendo ultrapassado por nações com industrialização mais moderna, com maior acesso aos recursos naturais e disponibilidade de capital. Isso que levou à Primeira Grande Guerra, que resultou na Segunda. Sabemos que causas semelhantes costumam ter consequencias semelhantes, e a crise financeira, precursora das grandes guerras, já não mais é escondida, ameaçando as bases do Império anglo-americano. Este certamente não aceitará sem luta a mudanças do status quo.






Os EUA enfrentam desafios difíceis e ameaças internas políticas e econômicas. Embora possa estar declinando em poder absoluto, mas todo o mundo também está passando por problemas, e eles ainda se sentem capazes de vencer mesmo todo o resto do mundo em confronto militar. Sabem também que grande parte do mundo, exatamente a parte mais poderosa, estará alinhada consigo numa guerra de previsível estilo colonial, visando garantir o acesso ao petróleo, às matérias primas e a outros recursos naturais que faltam aos desenvolvidos.






Vencer é fácil. Ocupar nem tanto. A dificuldade nas intervenções militares na Ásia Central e no Oriente Médio, coloca em dúvida a expansão da sua estratégia hegemônica para o controle desses mesmos recursos - diante da qual é bastante conveniente a opção de cooptar o Brasil como alternativa para o respectivo fornecimento.






O Conselho de Relações Exteriores, em Nova York, divulgou relatório com diretrizes para política em relação ao nosso País. Recomenda o endosso da aspiração brasileira a membro permanente do Conselho de Segurança da ONU na medida em que o Brasil se engaje como "ator global" interagindo com os EUA, em função do seu enorme potencial de recursos naturais, especialmente na área energética, potencial de produção alimentícia e papel emergente no assuntos da ordem mundial, com ênfase em sua projeção frente à África,. Não é tanto um reconhecimento da importância do País, mas uma intenção manifesta de cooptá-lo para um projeto de reestruturação do poder mundial em que permanecem intocados os axiomas da atual ordem global. Em outras palavras, para tê-lo como aliado em uma guerra que pode estar se avizinhando.






O nível da aliança ou da sociedade será função da nossa capacidade bélica. Quanto mais fortes estivermos, mais vantajosa serão as propostas.














Em nosso País






Neste contexto a posição ideal para o nosso País seria de neutralidade, tirando vantagem do fornecimento a todos que queiram comprar. Isto só seria possível dispondo de força dissuasória nuclear. O mais provável é sermos envolvidos, nos moldes da 2ª Guerra, quando poderemos barganhar vantagens em troca de nossos recursos naturais. O pior cenário seria o forçamento da “independência” das áreas indígenas para a exploração americana e a tomada do pré sal, o que é até possível em função de nossa atual debilidade militar e falta de coesão nacional. Desde antes da 2ª Guerra Mundial, o nosso País, em função de seus recursos naturais sem par, sofre pressões político-militares, inclusive golpes de Estado, para enfraquecer e desarticular a coesão e o nacionalismo. A partir da era Collor as divisões étnicas se somam a velha luta de classes, à ideologia internacionalista e às corruptas lutas políticas.






A situação política é instável. A “base aliada” se assemelha a uma onça em casa; pode até se portar com docilidade, mas só enquanto estiver bem alimentada. A oposição, entreguista e impatriótica é ainda mais nociva. Estamos sem opção? – Claro que não, mas para Dilma enfrentar a corrupção da própria base terá que se valer do apoio militar. Caso não o faça, resta aguardar o desencadeamento da guerra mundial, já próxima, pelos recursos naturais. Que mudará todo o cenário atual














Pequenos tópicos






Do Cláudio Humberto – O PR e PMBB discutiam a idéia de jerico de exigir da Dilma, num pacto de boa vontade, que ela reabilite os deputados Valdemar Costa Neto e Eduardo Cunha. Quando soube ela gritou: ”Nem tentem”.






Do Delfim Neto - O desenvolvimento dos países emergentes nos próximos dez anos será num ambiente de estresse crescente pela disputa de recursos naturais na terra e no mar. Países que, como o Brasil, abdicaram da autonomia "militar", mas dispõem de recursos naturais, precisam ter esse quadro em mente e insistir na construção de Forças Armadas enxutas, bem treinadas e com adequado poder "dissuasivo"






Desaparecidos da Ditadura – Volta e meia aparece mais um, e pedindo indenização.






Que Deus guarde a todos vocês






Gelio Fregapani