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sábado, 8 de outubro de 2011

O COMPLEXADO


                                                                  “Quantos honoris causas (sic) ganhou o FHC?”
Luís Inácio Lula da Silva

Waldo Luís Viana*

         Num tremendo jogo pirotécnico de marketing, como se ainda fosse presidente, vai Lula caminhando pelo mundo “ser droite na vida”...
         Agora recebeu tremenda homenagem francesa, um título de doutor honoris causa, ele que sempre se envaideceu de só ter o curso primário, tendo vencido completamente na vida através da esperteza e demonstrando aos incautos brasileiros que vale mesmo a pena a esperteza e a impunidade (não necessariamente nessa ordem).
         Lula produziu, em oito anos, o governo mais corrupto de que se tem notícia. Diante de seus feitos, um outro presidente impedido poderia ser suposto mero punguista de trem da central. Ambos foram, seriam e serão sempre inocentados pelas cortes superiores de nosso país, que não mais distinguem a fronteira entre o que é legal e o que é moral. Elidem alguns desses magistrados a vergonha na cara em nome de tecnicalidades e favores que ocultamente custam caro e muito caro e agora são chamados, com rara felicidade e maestria, de “bandidos de toga”...
         Lula interpretou bem a alma da nacionalidade e percebeu muito cedo que seus eleitores são inclusive muito piores do que os políticos que eles elegem. Juntou toda a direita oligárquica em torno dele, desde os ladrões de carrocinha de pipoca, passando pelos fazendeiros sem fazenda, até os donos de capitanias do nordeste e norte. Concedeu aos pobres um bolsa-família que conseguiu o extraordinário recorde de permitir que 86% dos seus usuários queiram continuar usufruindo da benesse para sempre, ou seja, jamais sairão do lugar e darão voto garantido aos governos petistas...
         O presidente tornou-se muito rico, assim com como sua família, e faz agora um trottoir burguês pelo mundo, recebendo prêmios e comendas, refestelado em hotéis de luxo e proferindo palestras para quem puder desembolsar milhares de dólares. Serve também de macaquinho de empreiteiras brasileiras ou ponta de lança de grandes empresas, mero lobista que desvestiu a faixa presidencial para aceitar papéis menos nobres de estimulador de gordas comissões.
         É o rei dos consultores, mas tem um problema no seu mar de rosas. Jamais teve e terá a cultura de seu maior rival de alcova, o ex-presidente Fernando Henrique.  O “príncipe dos sociólogos”, que também não é flor que se cheire, pelo menos sempre foi culto, poliglota, embora seu governo também tenha sido eivado de irregularidades, a ponto de um de seus ministros haver cunhado célebre frase que ficou para a História: “senhores, chegamos ao limite da responsabilidade...
         Pois bem. Lula tem tudo, mas inveja a cultura do outro. Não conseguiu ler, porque dá azia; serve-se de truques aprendidos em  reuniões de sindicato para convencer os outros e chegou até a iludir os franceses no caso da compra dos 36 caças Rafalle, que afinal cozinhou em banho-maria e gerou até a defecção de um ministro da Defesa por sua sucessora.
         Lula é amigo íntimo do álcool, mas tem vergonha de sua condição. Bebe sempre a portas fechadas, embora em seu governo tenhamos visto muitos “dias seguintes”, em que o presidente, com as faces vermelhas e olhos esbugalhados de ressaca, lembrando a noite anterior, vociferava contra adversários. Quem não se lembra das platitudes e batatadas do presidente, levanta a mão?
         Como é possível ver Lula alçado a líder mundial, espalhando conselhos aos europeus e norte-americanos, como se fosse um arauto da sabedoria? Ao invés de envaidecer a nós brasileiros, nessa terra inculta e sem premio Nobel, observamos na verdade o quanto desceu, em nome de contratos futuros não assinados, a França e o quanto desceu o mundo em termos de mediocridade intelectual. Hoje, com raras exceções, os líderes mundiais de nosso tempo são uns merdas...
         Na verdade, não teremos julgamento algum de mensalão, a não ser o que afeta as oposições, porque as chicanas jurídicas, acompanhadas pela capacidade de advogados caros, impedirão que o relator possa prosseguir no intento.
         Vivemos, num país, de mediocridade, em que o cidadão comum tem vergonha de ser honesto. Como disse a deputada Cidinha Campos: “a corrupção está no DNA do brasileiro, quanto mais ladrão mais querido.”
         A frase resume nossos leitmotivs, bem como nossa enteléquia. Aliás, a palavra “brasileiro” significa “traficante de pau-brasil junto à coroa portuguesa”. Nosso atavismo de corrupção está no sangue...
         E Lula corporifica tudo isso que somos no subconsciente e que através de esforços civilizatórios tentamos, em vão, aperfeiçoar...
         Nosso ex-presidente, contudo, exibe uma pontinha de ciúme do antecessor, porque não conseguiu estudar. Compete com ele, nos lapsus linguae, que profere, como na tosca epígrafe desse artigo. Embora seja ídolo de nossa gente, et pour cause, não consegue inibir o complexo de inferioridade que mantém intacto no subconsciente. Quando este aflora, ataca os intelectuais e as elites que ele agora frequenta, na figura do antecessor, sem compreender que agora a elite é ele, o burguês é ele, com contas no exterior e fazendas no interior do país...
         Todo mundo sabe disso e a polícia federal não pode sair em seu encalço, porque o buraco é mais embaixo. Não viram o que aconteceu no STJ, no julgamento da operação Boi Barrica, envolvendo os Sarney? Não acontece, não dá, não sobe...
         Sabemos que temos, no país, uma espécie de santíssima trindade administrativa: a Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público, mas, além de suas limitações constitucionais, são jungidos por limitações políticas que nossos podres costumes impõem...
         E como todos estão comprometidos, salvam-se todos no camburão, ops., desculpe, no caldeirão das elites...
         Lula, o complexado semi-analfabeto que chegou à presidência, tornou-se o gênio da raça e tudo no Brasil teve que descer à sua imagem e semelhança. Tudo o que nos acontece tem a cara dele, incluindo eventos futuros, como a Copa e as Olimpíadas. Nós vemos o país patinando em infraestrutura, desindustrializando-se a passos largos e as cidades degenerando-se em violência e estagnação. A juventude preocupada com drogas e homossexualismo, ao invés de se centrar nos estudos e no desenvolvimento do país. E a mídia, preocupada em estupidificar o povo, em nome de uma pretensa audiência comercial.
         Na verdade, a esperança é a Internet, antes que os Dirceu da vida a possam censurar, tendo instaurar um regime cubano ou coreano do norte, com todas as consequências funestas que já conhecemos.
         O complexado continuará viajando o mundo com sua entourage, forçando-nos a recordar toda a sua trajetória dentro do país. Está clara a sua estratégia de ser coroado um Nobel da Paz, cobrindo o país mais uma vez de vergonha e nossas elites de frouxos de risos.
         Porque além de sermos reconhecidos lá fora como o país do samba, do carnaval, das florestas tropicais, bem como da violência e da corrupção irrefreáveis, vamos ter que engolir o complexado, como se fosse nossa marca registrada do século XXI.
         É dose, mas Freud explica!
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*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e já fez terapia...
Teresópolis, 30 de setembro de 2011.

esses dois com certeza não fizeram terapia...

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A esquerda mais preparada do mundo - dizem! - na falta de "alguma coisa" que justifique a quebra da Europa, "desfila" o vagabundo apedeuta...
Lula esbanja bobagem na França e encanta a todos. A Europa não está no vinagre por acaso (leia aqui).

MÁ REDAÇÃO, DÚBIA INTERPRETAÇÃO


Aileda de Mattos Oliveira*
(28/9/2011)
Se a clareza é necessária na elaboração de uma simples mensagem, imprescindível se torna, na produção de um documento oficial, tendo em vista os resultados que podem advir da interpretação de conceitos malformulados, de situações temporais maldefinidas e de períodos malconstruídos.
Dois casos, apenas, entre outros, são avaliados, como exemplos, e retirados do pobre manual estratégico jobiniano.
Não há como compreender o emprego do modo futuro, em certas partes da redação da END. É uma forma de postergar ações que devem ser imediatas, pois é um pensamento permanente a defesa da soberania nacional..
A escritura redigida no modo presente, em qualquer momento de sua leitura, mantém a sua vigência garantida, e imutável a posição política do país em relação à sua independência. Isto porque o chamado presente histórico, atemporal, efetiva, de maneira indefinida, a firme palavra decisória da nação sobre o seu território, ante os potenciais poderes usurpadores.
A par disso, o presente imprime, na voz da entidade que responde pela segurança nacional, o real espírito de que está imbuído o órgão, de mostrar-se dinâmico, relegando ao passado este burocrático amanhã, que será tarde demais. Não esperem uma guerra; a ocupação da Amazônia é silenciosa.
Dita o Decreto 6.703/8, na parte que se refere a O Exército Brasileiro: os imperativos de flexibilidade e de elasticidade, que “A defesa da região amazônica será encarada, na atual fase da História, como o foco de concentração das diretrizes resumidas sob o rótulo dos imperativos de monitoramente/controle e de mobilidade.
Há uma distância sideral e semântica entre “será encarada” e é encarada que tende a afetar, politicamente, um país malgovernado, como o Brasil. No primeiro caso, foram lançadas para um futuro incógnito, ações que serão inócuas, pela marcha acelerada dos acontecimentos. No segundo, as adequações estratégicas são imediatas e, portanto, sempre reavaliadas, de acordo, pois, com o ciclo das mutações das relações internacionais, tão transitórias, nos últimos tempos.
Sendo a fase histórica, atual, como diz o texto da END, a defesa da região amazônica tem, pela razão mesma da contemporaneidade da fase citada, que resultar de um planejamento dentro das circunstâncias do momento, e não de um projeto para um “será”, continuamente, futuro.
Contudo, não se limitam ao entrevero entre os tempos verbais as frestas por onde podem penetrar os tentáculos dos artifícios jurídicos manipulados, ardilosamente, pelos retóricos a serviço de quem quer que seja. As brechas surgem, também, nas frases intercaladas, à guisa de explicações, aparentemente, inúteis, ou matreiramente, capciosas.
Aliás, no mesmo trecho mencionado, desnecessária a inclusão de “na atual fase da História”, por estar a defesa da nação, sempre em primeiro plano, em qualquer tempo, em qualquer governo: [A defesa da região amazônica é encarada como o foco de concentração...]
Na parte referente a Priorizar a região amazônica, a afirmação de que o Brasil “Não permitirá [outra vez o futuro] que organizações ou indivíduos sirvam de instrumentos para interesses estrangeiros – políticos ou econômicos – que queiram enfraquecer a soberania brasileira. Quem cuida da Amazônia brasileira, a serviço da humanidade e de si mesmo, é o Brasil.”
Deixa-se de lado, agora, a aversão aos verbos, manifestada pelos redatores desta paralítica END. O que reverbera aos olhos do leitor atento é a frase final, afirmativa, de que o Brasil “cuida da Amazônia brasileira´, para si mesmo, o que deveria ser óbvio e que se deseja confirmada na concretude das atitudes governamentais. Porém,“a serviço da humanidade”, considera-se uma excrescência monumental. Peca, ainda, este período, pela primazia dada aos cuidados com a Amazônia “a serviço da humanidade” para, posteriormente, então, estar a serviço “de si mesmo”.
Os esclarecimentos se fazem necessários sobre a razão pela qual o Estado brasileiro “cuida” da mais rica região do mundo, primeiramente, “a serviço da humanidade”. Afinal, a Estratégia de Defesa é nacional e não transnacional. Coincidentemente, o verbo está no presente. Não acreditando em governos e em suas intenções, não considero coincidência, mas um propósito definido, a fim de responder aos interesses da farsa ecológico-ambiental, desde já sendo acatada.
A interpretação de um texto que visa à defesa do território nacional deve ser imediata, sem ambiguidades que venham a se tornar a chave para a obtenção do tesouro ambicionado por nações mal-intencionadas e, historicamente, dadas às invasões e às conquistas.
Sem nenhum interesse pelo trocadilho, a END é o fim, pela ausência de substância contextual, de autenticidade nas palavras e de credibilidade de propósitos.
(*Prof.ª Dr.ª em Língua Portuguesa. ADESG; ESG. Articulista do Jornal Inconfidência. Membro da Academia Brasileira de Defesa. A opinião expressa é particular da autora.)

SOBRE A TAL COMISSÃO DA VERDADE



A verdade é um espelho que caiu das mãos de Deus
e se quebrou. Cada um recolhe um pedaço
e diz que toda verdade está naquele caco."            
Provérbio iraniano

Waldo Luís Viana*

         Corria em mim a cândida idade de nove anos incompletos, quando estourou o contragolpe, a revolução ou o golpe de 1964. Seja qual nome adotado, nada tive a ver com o movimento, contra ou a favor. Como já possuo um passivo de 56 anos, creio que a maioria do povo brasileiro hoje em dia também não fora responsável direto pelos acontecimentos que culminaram no evento, nem tampouco tem a ver com as suas consequências, notadamente a luta armada ou a guerra oficial contra ela, empreendidas entre 1968 e 1975.
         Isso posto, é preciso notar que o regime militar terminou em 1985, após 20 anos de ditadura, embora o período de transição de José Sarney (1985-1989) tenha sido ainda tutelado pelas Forças Armadas, época ainda prenhe de explicações por parte de bons historiadores.
         Quando tinha 34 anos pude, enfim, resgatar minha cidadania e votar para presidente da República, após amargar, como quase todo mundo a tristeza de, anos antes, ver falecido o doce movimento das Diretas-Já, que, em 1984, procurou transformar pacificamente nosso precário sistema eleitoral de eleições indiretas.
         Hoje vivemos um regime democrático regular, mas eis que o governo atual pretende revolver o passado para recuperar o sentido histórico do que foi perdido nas franjas do tempo, remexendo em feridas que pareciam sepultadas pela velha lei da Anistia (1979).
         A Anistia valeu, como confirmou há pouco tempo o Supremo Tribunal Federal, mas a militância de esquerda não se deu por vencida: deseja revolver o que foi sepultado para trazer à tona o que até hoje ficou equívoco e sem melhor explicação.
         Como nada tenho a ver com o período, sei que houve mortos de lado a lado, torturadores, torturados, vítimas e assassinos a sangue-frio. A guerra oficial foi vencida pelo Estado, cujos proprietários e ideólogos da ocasião eram os militares e seus prepostos tecnocratas. Hoje, ao converso, os manipuladores do governo são de outra ideologia e propagam, com toda a convicção, que praticam agora a democracia e os direitos humanos.
         Querem nos convencer – aos que nada têm a ver com o bololô – que militares de direita torturaram e massacraram à vontade inocentes ativistas anti-ditadura que eram “apenas” democratas e meros agentes dos direitos humanos. Essa é muito boa!
         Esse estratagema de linguagem é grave, porque pressupõe uma reação extremista de um lado e moderada do outro, como se houvesse excessos de um lado só. O outro era o da facção vitimada e trucidada, com raras exceções, entre as quais a nossa “presidenta”, que nos governa...
         Ora, se é comissão da “verdade”, não se pode aceitar que ela esteja apenas de um lado, porque, senão, não haveria querelas. Ocorre que existem arquivos históricos confiáveis de que houve luta armada, guerrilha, sequestros e assassinatos perpetrados pela esquerda radical, que gostaria de ver instaurado no país um regime parecido com o de Cuba, que, então, estava na moda...
         Vários próceres do atual governo, inclusive, foram treinados na ilha dos Castro, retornando ao país com objetivos de retomada do poder pela força, compondo células e aparelhos, na tentativa de subverter a ditadura de direita.
         Para os de esquerda, os militares subvertiam a ordem que pretendiam instaurar, isto é, uma república proletário-sindical, à semelhança de Cuba e da extinta União Soviética; para os militantes da direita, os que foram para a clandestinidade, os banidos e os cassados representavam a massa de manobra que pretendia desfigurar a Pátria, mediante um regime comunista e ateu...
         No meio dessa sopa conflitante e ideológica nós, o povo, assistíamos a tudo, tocando o nosso dia a dia, opinando e silenciando de acordo com a conveniência cidadã de gente mal-informada ou sempre cientificada pela metade do que estava acontecendo.
         Agora, após tantos anos, os dois lados preparam-se para nova guerra, açulando os mais portentosos argumentos de parte a parte. Os cadáveres da esquerda e da direita ressurgirão, revigorados, trazendo raiva e estupor para uma sociedade de massas, entorpecida pela mídia e amedrontada no seu dia-a-dia sob violência difusa e insegurança.
         Pobre povo brasileiro, que não pode andar para a frente nem merecer o futuro! Abrirão a tampa do caldeirão e as bruxas surgirão, de parte a parte, com seus sortilégios noturnos. Poucos ganharão as reparações de guerra, um conflito em que a maioria absoluta da nação não lutou ou viveu qualquer envolvimento direto ou indireto.
         A pantomima desenvolver-se-á em meio a eleições, sendo bucha de canhão para aproveitadores, assim como se diz dos mensalões, também objeto de conflito e que sabemos não darão em nada em nossa Justiça capenga, lerda e elitista.
         Os caquinhos da verdade pertencem a dois grupos, em luta eterna, e que não mais representam os interesses do povo brasileiro. Os queixosos de injustiças – nós vamos ver – serão calados por maçarocas de dinheiro sangradas dos contribuintes e voltarão para suas casas, aburguesados, para criar os filhos, os netos e seguir a vida.
         Na verdade, a melhor coisa de que me lembro do período militar foi de uma música do Chico Buarque, em que ele implorava intensamente: “chamem o ladrão, chamem o ladrão!”. Parece que deu certo a veemência do ilustre compositor: os ladrões foram chamados e, hoje, no governo atual, estão todos aqui...
*Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e não usufrui hoje de boquinhas nem do Estado aparelhado, assim como ontem não foi agraciado com cargos nem comendas...

IMPOSTURA DEPLORÁVEL




(por Maynard Marques de Santa Rosa)
         Essa é a definição correta da caricatura que a ironia denomina “comissão da verdade”. São cínicos os seus mentores, pela desfaçatez com que pretendem maquinar veredictos a partir de um grupo comprometido.
         Sob o pálio da ineficácia jurídica, ergue-se uma espada de Dâmocles sobre reputações respeitáveis, a quem deve a Nação a estabilidade política de que hoje desfruta.  
         O fantasma da calúnia, de triste inspiração nazista, ressuma no cenário de um País pacificado, como estratagema de um grupo de vingadores obstinados, dirigida aos que lhes frustraram o projeto de aqui implantar a tirania totalitária.
         Decorrido quase meio século, esvaiu-se o bolchevismo soviético, evoluíram os costumes e aplacou-se a sociedade, mas persiste o ânimo vingativo dessa minoria sectária, insensível às lições da vida.
         Alega-se politicamente necessária a investigação dos abusos da repressão e de seus responsáveis, a fim de “pacificar” a memória nacional. Como é possível fazê-lo, porém, sem a catarse dos fatos que lhes deram causa?
         Prevarica a autoridade, em qualquer regime de governo, que admita a subversão da ordem no âmbito da sua competência, sem providências retificadoras.
         Não existe argumento que justifique a violência, nem mesmo o idealismo do bem comum. A práxis leninista de que os fins justificam os meios não passa de sofisma hediondo.
         Portanto, para ser crível, o levantamento dessa comissão merece começar pela identificação dos assaltantes, terroristas e assassinos políticos, em atenção às vítimas inocentes, suas viúvas e seus órfãos.  
           E, além disso, se a autoridade moral para atirar a primeira pedra é inerente ao que está sem pecado, não assiste o direito de revisar o passado a quem prodigalizou o “mensalão”, enriqueceu-se na função pública ou omitiu-se ante a corrupção de seus correligionários.
         Reabrir uma ferida cicatrizada, sem a devida assepsia, pode disseminar infecção por todo o organismo.
         Espera-se que o Congresso Nacional cumpra o seu dever de legitimar a vontade da maioria, atendendo às prioridades do povo e descartando as imposturas de grupos carbonários.

·        O autor é General-de-Exército da Reserva
 
                           
        
           

OS GENERAIS PRESIDENTES... COMPARAÇÕES


   JORNALISTA CARLOS CHAGAS

"Erros foram praticados durante o regime militar, eram tempos difíceis. Claro que no reverso da medalha foi promovida ampla modernização de nossas estruturas materiais. Fica para o historiador do futuro emitir a sentença para aqueles tempos bicudos."

Mas uma evidência salta aos olhos.
Quando Castelo Branco morreu num desastre de avião, verificaram os herdeiros que seu patrimônio limitava-se a um apartamento em Ipanema e umas poucas ações de empresas públicas e privadas. Costa e Silva,
acometido por um derrame cerebral, recebeu de favor o privilégio de permanecer até o desenlace  no palácio das Laranjeiras, deixando para a viúva a pensão de marechal e um apartamento em construção, em Copacabana.Garrastazu Médici dispunha, como herança de família, de uma fazenda de gado em Bagé, mas quando adoeceu, precisou ser tratado no Hospital da Aeronáutica, no Galeão.   Ernesto Geisel, antes de
assumir a presidência da República, comprou o Sítio dos Cinamonos, em Teresópolis, que a filha  vendeu para poder manter-se no apartamento de três quartos e sala, no Rio. João Figueiredo, depois de deixar o
poder, não aguentou as despesas do Sítio  do Dragão, em Petrópolis, vendendo primeiro os cavalos e depois a propriedade.  Sua viúva, recentemente falecida, deixou um apartamento em São Conrado que os filhos agora colocaram à venda, ao que parece em estado lamentável de conservação.
Não é nada, não é nada, mas os cinco generais-presidentes até podem ter cometido erros, mas não se meteram em negócios, não enriqueceram nem receberam benesses de empreiteiras beneficiadas durante seus governos. Sequer criaram institutos destinados a preservar seus documentos ou agenciar contratos para  consultorias e palestras regiamente remuneradas.
Bem diferente dos tempos atuais, não é? "
Por exemplo o Lulinha filho do Lula era até pouco tempo atrás funcionário do Butantã/SP, com um salário (já na peixada politica) de R$ 1200,00 e hoje é proprietário de uma fazenda em Araraquara,
adquirida por 47 milhões de reais, e detalhe, comprada a vista.
Centenas de outros politicos, também trilharam e trilham o mesmo caminho.
Se fosse aberto um processo generalizado de avaliação dos bens de todos politicos, garanto que 95% não passariam, ié, seria comprovado destes o enriquecimento ilícito. Como diria Boris Casoy: "Isto é uma vergonha" e pior, ninguém faz nada.