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terça-feira, 1 de março de 2011

Comentário nº 90– 28 de fevereiro de 2011


Por Gelio Fregapani

Assuntos:  Cenário Internacional; Em Nome da Preservação;  Inflação e Pequenas Observações, para Compor

Preocupante o cenário internacional
Tanto a Europa quanto os Estados Unidos esgotaram seus paióis de munição econômica e dificilmente terão condições de se salvarem financeiramente.
As organizações e os países islâmicos radicais tendem a fazer o possível para piorar as coisas, dificultando as exportações de petróleo e estimulando as populações imigrantes à violência política. Para evitar correr o risco de desmanche, como se deu na União Soviética, terão que recorrer a guerra.
Num cenário desses, qual seria o nosso papel, como país de condição periférica, mas detentores dos recursos naturais e insumos indispensáveis ao mundo?  Qual o caminho a tomar nessa espiral de turbulência global que se aproxima.
Para a correta apreciação da situação mundial, sugiro a leitura do livro “O Crepúsculo do Petróleo, de Mauro Porto, onde o autor analisa as conseqüências para o mundo, principalmente na produção de alimentos.
Sintetizando o livro, eu diria “Faltando petróleo, está ameaçada até a nossa comida”

Em nome da preservação da Natureza
1 - O alvo principal desses inconsequentes agora é o relatório do Aldo Rebelo sobre o Código Florestal. Inventam e mentem. Usam a tragédia da região serrana do Rio como exemplo, sonegando a informação de que o código não abrange as áreas urbanas.
Durante algum tempo o aparato ambientalista internacional concentrou esforços contra as hidrelétricas na Amazônia. Não lhes interessava que o Brasil precisaria de energia e que a alternativa envolveria as caras e poluentes termoelétricas.
As ONGs concentram-se na quase limpa geração de energia do nosso País. Nunca gritaram contra o uso do poluente carvão, no resto do mundo. É bom saber que a principal fonte energética da China é o carvão, que gera 80% da eletricidade do país. Lá sua utilização não é limitada por motivos ambientais. Também nos EUA, o carvão é o combustível que gera cerca da metade da eletricidade. Quadro similar ocorre na Alemanha.e outros mais Isto ainda vai aumentar , com a escassez de petróleo, mas lá não tem Ibamas. Se tivessem, morreriam de frio
2 - A Justiça Federal do Pará cassou nesta sexta-feira a licença de instalação parcial concedida pelo Ibama para o início das obras da usina de Belo Monte.
A liminar suspendendo o início da construção pode, na pior hipótese retardar a oferta de energia por um ano, se paralisá-la até o início até o período das chuvas.
Desconheço os fundamentos jurídicos que possam ter influído em na decisão do douto juiz, mas certamente não foi pensado na ocupação da Amazônia nem no desenvolvimento econômico. Quando receber notícias da miséria matando as crianças, talvez, sua consciência se console por ter salvo, por mais um ano, meia dúzia de bagres e de jacarés. Quanto ao ministério Público no Pará, seu engajamento na causa do atraso me permite pensar que seja inspirado em torpes motivações 
O alvo é o nosso Brasil. Índios, selva e preservação são apenas pretextos  

Pequenas Observações, para Compor
          1 - Temos o Congresso mais caro do mundo.  Os políticos são contracenantes num jogo de interesses em que se alternam conveniências pessoais. Nosso Congresso é um balcão de negócios. Recentemente se auto - concedeu 62% de aumento. E o eleitor? É quem menos sabe ou liga para essa situação, enquanto grita gol e se prepara para o carnaval.
Está tudo calmo. Também estava calmo no Oriente Médio, há poucos dias atrás.
        2 - Visite Brasília e ganhe uma multa  Os radares, pardais e câmeras do trânsito não se destinam a evitar acidentes. São colocados com objetivos de extorquir. A multa pelo não uso do cinto de segurança não objetiva somente salvar vidas já que não existe qualquer outra iniciativa governamental que se preocupe com isto. Existe como  forma de extorsão, pela indústria das multas.
Não há dinheiro suficiente para educação, saúde, segurança pública e muito menos para a conservação das estradas, que seria a verdadeira contribuição para evitar acidentes, mas na compra de equipamentos para colocar nas estradas e vias públicas nunca falta. Observe na sua cidade 
        3 - Conseqüências da debilidade militar. Países sem força e com riquezas instigam a cobiça internacional. Estão propensos a:se tornarem protetorado, e o seu "protetor" cobrará alto quinhão pelo serviço. Podem até pensar que Instituições como ONU virão em seu socorro, mas  satanizados antes da agressão perdem até a simpatia internacional. Os “ditadores” do Oriente médio, ainda ontem eram “presidentes”  Você lembra do “Proteja a floresta, queime um brasileiro”?
       4 – Uso de indígenas pelas ONGs: Três índios da região amazônica viajaram à Europa para protestar contra construções em suas terras que ameaçariam destruir as vidas de milhares de indígenas dessa região, informou  a ONG Survival. Visitarão Paris e Londres. Alvos: as hidrelétricas do Rio Madeira, cuja construção pode atrair uma forte imigração e levar ao desmatamento de uma área na qual vivem várias tribos, entre elas algumas isoladas ainda sem contato com a civilização, e a de Belo Monte no Xingu, que seria a terceira maior do mundo e cuja construção, segundo eles, destruiria vastas áreas de floresta e reduziria os peixes.
Se não fosse a confusão no Oriente Médio seriam recebidos por todos os governos , congressistas e instituições financeiras– Maldito o progresso do Brasil!

A Riqueza e a Inflação
Riqueza é um bem escasso. Mesmo o ar - supremo bem que não podemos abrir mão nem por dois minutos pode ser considerado  riqueza enquanto for abundante.
O aumento de preços sempre será função de excesso de demanda sobre a oferta. O aumento dos juros reduz a demanda, mas também prejudica a produção e em conseqüência a oferta. É uma medida de efeitos perversos a longo prazo, pois além de causar mais inflação, cria um serviço da dívida que inibe as indispensáveis obras de infraestrutura. O aumento dos juros diminui a demanda nos primeiros meses; depois diminui a oferta. Somado às absurdas exigências ambientais inibidoras da produção elevarão a inflação aos patamares que já conhecemos no passado
A fórmula que não falha é aumentar a produção, em conseqüência a oferta. Desburocratizando, facilitando o acesso ao crédito, á terra, às matérias primas, à energia, ao transporte, e desenvolvendo tecnologia é certo que a inflação cederá.
Relativamente a inflação no preço de alimentos, a forma correta de combater é com as pesquisas da Embrapa e com um mais flexível código florestal
                                                                               Que Deus guarde a todos vocês

Gelio Fregapani
 Adendo: Comentário sobre o comentário

Adendo ao comentário 90  -
COMENTÁRIO SOBRE O COMENTÁRIO
 Cada vez que vejo ou leia uma notícia sobre protestos, manifestações e outros abusos cometidos por quem diz ser defensor do meio-ambiente e contra a construção de usinas hidrelétricas, me faz achar que estão todos loucos e sinto obrigado a fazer comentários.
Numa coisa possuem razão, as barragens afetam uma grande área e a vida de inúmeras pessoas, plantas e animais. E muitas decisões políticas, técnicas e sociais poderiam ser tomadas para minimizar esse impacto e tornar a instalação de uma hidrelétrica menos prejudicial e melhor para todos.
Porém dizer que as usinas são fruto da exploração internacional por busca de energia? Comparar elas aos casos antigos das usinas construídas para as empresas de alumínio? E diversos outros absurdos propagados como verdades absolutas são ridículos. É preciso ser muito mal informado e estar alheio às condições nacionais e internacionais, ter falta de bom senso e conhecimento técnico mínimo para dizer, pior, escrever algumas asneiras difundidas na mídia, congressos, fóruns, entre outros.
Isso é coisa de pessoas com tendências radicais e não dispostas a uma argumentação sensata.
A demanda por energia elétrica e a segurança do fornecimento elétrico nacional estão esbarrando nos limites de se obter mais geração e transmissão, que digam os últimos apagões. Se não for investido em novas usinas geradoras haverá um novo apagão dentro de poucos anos, com possíveis racionamentos e prejuízo a todo o país.
As usinas hidrelétricas podem não ser a melhor coisa do mundo, nem mesmo a melhor possível, mas eu pergunto aos responsáveis por esses ataques contra as pessoas e empresas empenhadas no desenvolvimento do país através das hidrelétricas: Qual é a solução para gerar tamanha potência elétrica? E é eficiente, segura e com custos reduzidos?
Imaginem a poluição que uma térmica ocasionaria para continuamente gerar um montante de potência igual ao de Belo Monte ou das usinas do Rio Madeira! E qual seria o custo disso? Seria preciso queimar muito petróleo para atingir esse objetivo. É fato que usar combustíveis para gerar energia é muito mais prejudicial ao ambiente e ao bolso do consumidor, não há como discordar disso.
Se uma usina térmica não é a solução, então qual é? Uma Nuclear? Pois bem, mais uma onda de radicais vão irromper o salão para demonizar tal solução. Porém é a que menos causa impacto em relação à capacidade total de geração e o Brasil tem enormes reservas de urânio e domina todo o ciclo de produção.
Além disso, com as novas tecnologias os riscos são mínimos, o armazenamento dos resíduos é seguro e o reaproveitamento tem se tornado cada vez mais discutido, com potencial para ser eficiente e limpo.
Tudo bem, assumindo que não iríamos usar hidrelétricas, nem mesmo termelétricas ou nucleares, então usar o que? Muitos responderiam: Eólicas, Solares, Maré motrizes etc. As famosas e excelentes renováveis!
Concordo totalmente! Deve-se investir em tecnologias e formas de gerar energia de forma renovável. São excelentes e com certeza no futuro temos que ter muitas delas para reduzir a dependência e o consumo de combustíveis e melhor aproveitar as hidrelétricas. Mas para conseguir uma capacidade de geração igual ao complexo do Rio Madeira, na ordem de 6.000.000 watts, é desconcertante e praticamente impossível em médio prazo. E as eólicas e solares tem um grande problema, a disponibilidade da sua fonte.
As eólicas dependem do vento: Que hora vai ter vento? De quanto vai ser esse vento? Só uma brisa não adianta! E as solares dependem do sol: E se as nuvens cobrirem o céu? Como fica a geração solar? Além de não gerar a noite.
Ficamos à mercê do clima, isso é totalmente inseguro e demanda investimento em reservas operacionais (usinas térmicas). Assim, ou o sistema elétrico fica exposto, vulnerável e com produção oscilante, ou então se usam mais térmicas para compensar estes efeitos.
Nenhum país do mundo remete sua base energética aos renováveis numa proporção muito grande, a não ser que o consumo total seja pequeno, o que não é o caso do Brasil.
E então? Qual a solução?
Sinceramente ainda acho que o aproveitamento hidráulico bem projetado, executado e operado é disparado a melhor opção. Com grande capacidade de geração elétrica, não gera poluição por queima de combustíveis, não gera resíduos radioativos e o Brasil tem ainda muita capacidade que pode ser explorada.
O real problema é como as coisas são feitas por aqui. Se o governo realmente se importasse com a sociedade, se os órgãos ambientais tivessem os fatos explanados em mente, as coisas poderiam ser diferentes. Mas para isso o desenvolvimento do país e o benefício total à sociedade devem ser o objetivo e a meta primordial de todos os processos.
Será que ninguém percebe que reduzindo a capacidade de geração elétrica do complexo do Madeira, Belo Monte e futuros projetos, para “reduzir” os impactos ambientais vai implicar na necessidade de construção de uma nova usina em outro lugar para cobrir aquela diferença?
Faço grandes usinas com capacidade de geração super-reduzida, para minimizar os problemas e impactos ambientais e acabo precisando provocar mais impactos em outros lugares. Além disso, ainda reduzo a capacidade futura de aproveitamento, porque deixei de utilizar a real capacidade de muitos locais.
Uma barragem com reservatório é como uma pilha recarregável gigante é energia armazenada. Já usinas a fio d’água, que funcionam com a vazão da água do rio, sem reservatórios, possuem o mesmo problema das eólicas e solares, a produção  não é garantida, pois não há segurança da disponibilidade de água suficiente para gerar energia.
Continuo a acreditar que fazer uma usina com grande reservatório, gerando uma enormidade de potência e  bem projetada, que consiga administrar bem os impactos ambientais, é melhor do que fazer inúmeras usinas de capacidade reduzida, a fio d’água, sem reservatório. Estas reduzem o impacto local, mas no quadro total provocam um impacto maior ainda, pois será necessário investir em novas usinas para suprir a diferença que ter um bom reservatório faria.
Não vou nem mesmo entrar no mérito da questão de que o lago da represa pode proporcionar muitas atividades econômicas, turísticas e recreativas.
Posso ter feito equívocos até mesmo graves e peço perdão por eles, mas esta é a minha visão  e peço que alguém utilize bons argumentos e me convença do contrário.
Mas que ao fazer isso não se utilize de fanatismo e radicalismo, sem se utilizar de retóricas falsas, discursos prontos ou copiados, sem embasamento, propagadas exaladas por alguns ditos defensores do meio-ambiente ou de um movimento qualquer em defesa de algo.
E viva as hidrelétricas! Uma tecnologia que utilizam as básicas e não poluentes energias potencial e cinética da água para movimentar turbinas e assim gerar energia elétrica.
 Por: Marco Aurélio Moreira Saran
Mestre em Ciências em Engenharia Elétrica


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