Por Percival Puggina
Twitter: @percivalpuggina
Era de se imaginar que maconheiros, traficantes, falsos
progressistas, defensores do relativismo moral, partidários da
tolerância com o intolerável, turma do politicamente correto, bem como
seus assemelhados na esfera política onde todos gravitam, se
encantassem com as mais recentes decisões do Supremo. Afinal, o Brasil
está ficando como eles querem e o STF levando os descontentes a
entender quem é que manda no pedaço.
Viva! A decisão sobre a reserva Raposa Serra do Sol foi um
sucesso cívico: conseguiu lançar indígenas e colonos na miséria. Viva!
No Brasil já se pode jogar embriões humanos no vaso e puxar a
descarga. Viva! Battisti só não terá cidadania brasileira se não
quiser, que qualificações não lhe faltam. Viva! Quando a Constituição
Federal fala em homem e mulher enuncia apenas um estereótipo, um
clichê em desuso, para representar qualquer tipo de encaixe. Viva! A
marcha pela maconha é uma festa da cidadania patropi. E deve virar
feriado nacional.
Li e reli as atribuições constitucionais do STF. Em nenhum
lugar lhe foi outorgada a função de precursoria, de vanguarda social,
incumbido de levar a nação, pelo nariz e a contragosto, para onde
apontam os narizes e os gostos de seus membros. Já não falo em
substituir-se ao Congresso Nacional que esse está nem aí para o que
acontece, contanto que não faltem cargos e emendas necessárias à
preservação dos mandatos. Raríssimas vozes se ouvem, ali, apontando os
devidos limites às vontades da Corte.
Mas o que está acontecendo eram favas contadas. A partir de
Fernando Henrique Cardoso, por 16 anos consecutivos, as indicações
para o STF são buscadas no mesmo nicho. Embora a esquerda goste de
dizer que FHC era neoliberal, o fato é que ele e Lula pertencem à
mesma extração esquerdista, com diferenças apenas no nível
intelectual. FHC é um Lula de salão nobre, com doutorado, ao passo que
Lula é um FHC de piquete grevista e curso primário. Lula defende a
cachaça e FHC, no melhor estilo da esquerda dos anos 60, de Woodstock,
da contracultura, oitentão modernoso que é, defende a maconha.
Aparta-os a política, não as ideias. Os indicados por ambos formam 80%
do Supremo e não faz muita diferença o fato de que Lula tenha
escolhido boa parte dos seus no partido e no partidão. As cabeças são
parecidas. As disputas que por vezes se esboçam entre eles são,
essencialmente, de beleza. Temas para espelho mágico. De nada vale,
então, aguardar o futuro porque o futuro não nos reserva algo melhor.
Os ministros mais antigos e mais próximos da compulsória são os dois
Mello - o Celso e o Marco Aurélio. Estão piorando com a idade e com a
vaidade. Gravitam no mesmo círculo filosófico dos demais. E só saem,
respectivamente, em 2015 e 2018.
Viram no que deu, este país ficar votando compulsivamente
na esquerda? A mesma sociedade, majoritariamente conservadora, cristã,
consciente da importância dos valores tradicionais, ao votar na
esquerda por motivos menores, é obrigada a assistir suas posições
maiores - religiosas, filosóficas e morais - serem desrespeitadas e
ridicularizadas nos votos e nas decisões dos ministros do Supremo.
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* Percival Puggina (66) é titular do blog www.puggina.org, arquiteto,
empresário e escritor, articulista de Zero Hora e de dezenas de
jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo;
Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.
VIVA OS ALOPRADOS! VIVA OS ROUBOS DE CAMPINAS E OUTRAS PREFEITURAS DO
PT! VIVA GANHAR 6 MILHÕES EM DOIS MESES! VIVA MORAR EM APARTAMENTO DE
ALUGUEL DE LUIXO CUJO DONO É UM POBRE LARANJA QUE NADA TEM! VIVA O
ASSESSOR DO MD QUE FOI GUERRILHEIRO, FAZ PARTE DO MENSALÃO E PARECE
DAR AULA DE COMO LEVAR DINHEIRO NA CUECA! VIVA O LIVRO DO ME COM ERRO
DE PORTUGUÊS!
VIVA A ESQUERDA QUE ROUBA!
GRUPO GUARARAPES
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