(por
Maynard Marques de Santa Rosa)
Essa é a definição correta
da caricatura que a ironia denomina “comissão da verdade”. São cínicos os seus mentores,
pela desfaçatez com que pretendem maquinar veredictos a partir de um grupo comprometido.
Sob o pálio
da ineficácia jurídica, ergue-se uma espada de Dâmocles sobre reputações
respeitáveis, a quem deve a Nação a estabilidade política de que hoje desfruta.
O fantasma da
calúnia, de triste inspiração nazista, ressuma no cenário de um País pacificado,
como estratagema de um grupo de vingadores obstinados, dirigida aos que lhes
frustraram o projeto de aqui implantar a tirania totalitária.
Decorrido
quase meio século, esvaiu-se o bolchevismo soviético, evoluíram os costumes e aplacou-se
a sociedade, mas persiste o ânimo vingativo dessa minoria sectária, insensível
às lições da vida.
Alega-se
politicamente necessária a investigação dos abusos da repressão e de seus
responsáveis, a fim de “pacificar” a memória nacional. Como é possível fazê-lo,
porém, sem a catarse dos fatos que lhes deram causa?
Prevarica a
autoridade, em qualquer regime de governo, que admita a subversão da ordem no
âmbito da sua competência, sem providências retificadoras.
Não existe
argumento que justifique a violência, nem mesmo o idealismo do bem comum. A
práxis leninista de que os fins justificam os meios não passa de sofisma
hediondo.
Portanto, para
ser crível, o levantamento dessa comissão merece começar pela identificação dos
assaltantes, terroristas e assassinos políticos, em atenção às vítimas
inocentes, suas viúvas e seus órfãos.
E, além disso, se a autoridade moral para
atirar a primeira pedra é inerente ao que está sem pecado, não assiste o
direito de revisar o passado a quem prodigalizou o “mensalão”, enriqueceu-se na
função pública ou omitiu-se ante a corrupção de seus correligionários.
Reabrir uma
ferida cicatrizada, sem a devida assepsia, pode disseminar infecção por todo o
organismo.
Espera-se
que o Congresso Nacional cumpra o seu dever de legitimar a vontade da maioria, atendendo
às prioridades do povo e descartando as imposturas de grupos carbonários.
·
O autor é General-de-Exército da Reserva
Nenhum comentário:
Postar um comentário