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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

243 VERSUS 7 BILHÕES...





“Feliz o país cujos banqueiros são de esquerda...”



Anônimo







Waldo Luís Viana*







Poucos têm atentado, inclusive nosso dileto amigo Barack Obama, para o sofrimento popular em Wall Street. Homens e mulheres, sem dinheiro e endereço reclamando do que lhes foi retirado. Amor, apreço e sonhos.



Tudo pela sorte de um bando de banqueiros. Esses sim, são empreendedores e merecem ser resgatados em nome do tal “risco capitalista”. Eles são os depositários da esperança de milhões, mas não se acomodaram à especulação e, então, estomagados com o prazer do dinheiro dos outros, fazendo a festança e morrendo no prato, no vômito.



De 2008 para cá vomitaram os Estados Unidos e a Europa inteira – até a pobre rainha inglesa perguntou, ilesa, “como é que não previram isso?” – e os economistas de sigmas, enes mais capas não sabiam como conter a fuzarca dos bancos que foram pras cucuias, apesar do Obama querer dançar samba na lapa...



O socialismo é costela errante do capitalismo. Só funciona se algum capitalista financiar os proletários e sindicalistas. Se o sistema falir, como será o comunismo existir sem o dinheiro dos outros? É preciso se pendurar no Estado, aquele ente que jamais pode quebrar, com uma lixa de unha na mesa, como disse um dia, Machado de Assis...



O brasileiro é um feriado – diria Nelson Rodrigues. Não quer produzir riqueza nem devolvê-la. Vive reclamando. Quer um bolsa-família permanente, cachaça, às seis horas, um SUS quase perfeito e não precisa estudar, porque as menininhas serão prostitutas profissionais na Rede Globo ou tomarão ofertas e brindes no Bispo Macedo... Viva o dízimo, em nome de Jesus...



Que país, meu Deus, de futebol, Gugu, Faustão e um monte de meretrizes, a cata do primeiro jogador de futebol que vá a uma boate noturna...



Para que estudar se Lula foi presidente e não temos qualquer premio Nobel?



O capitalismo tornou-se uma asneira. Temos 243 banqueiros transnacionais fugindo de 7 bilhões de habitantes terrestres! Eles se acham os tais. Acham que está tudo bem, porque até compram juízes e padres e pastores para viverem bem.



Só que a população se revoltou. Entendeu que não dá mais. E nesse merda de país e nessa merda de planeta estão querendo dar o troco...



E parece que os banqueiros perceberam que estão perdendo o jogo. Vamos ver quem ganha?







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Waldo Luís Viana é economista, poeta, jornalista e está assistindo à partida... Parece que estamos finalmente chegando a 2012...



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Futuro do PT - (Lúcia Hippólito)



“Nascimento” do PT:







O PT nasceu de cesariana, há 29 anos. O pai foi o movimento sindical, e a mãe, a Igreja Católica, através das Comunidades Eclesiais de Base.



Os orgulhosos padrinhos foram, primeiro, o general Golbery do Couto e Silva, que viu dar certo seu projeto de dividir a oposição brasileira.



Da árvore frondosa do MDB nasceram o PMDB, o PDT, o PTB e o PT... Foi um dos únicos projetos bem-sucedidos do desastrado estrategista que foi o general Golbery.

Outros orgulhosos padrinhos foram os intelectuais, basicamente paulistas e cariocas, felizes de poder participar do crescimento e um partido puro, nascido na mais nobre das classes sociais, segundo eles: o proletariado.







“Crescimento” do PT:





O PT cresceu como criança mimada, manhosa, voluntariosa e birrenta. Não gostava do capitalismo, preferia o socialismo. Era revolucionário. Dizia que não queria chegar ao poder, mas denunciar os erros das elites brasileiras.



O PT lançava e elegia candidatos, mas não "dançava conforme a música". Não fazia acordos, não participava de coalizões, não gostava de alianças. Era uma gente pura, ética, que não se misturava com picaretas.



O PT entrou na juventude como muitos outros jovens: mimado, chato e brigando com o mundo adulto.



Mas nos estados, o partido começava a ganhar prefeituras e governos, fruto de alianças, conversas e conchavos. E assim os petistas passaram a se relacionar com empresários, empreiteiros, banqueiros.



Tudo muito chique, conforme o figurino.







“Maioridade” do PT:





E em 2002 o PT ingressou finalmente na maioridade. Ganhou a presidência da República. Para isso, teve que se livrar de antigos companheiros, amizades problemáticas. Teve que abrir mão de convicções, amigos de fé, irmãos camaradas.



Pessoas honestas e de princípios se afastam do PT. A primeira desilusão se deu entre intelectuais. Gente da mais alta estirpe, como Francisco de Oliveira, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho se afastou do partido, seguida de um grupo liderado por Plínio de Arruda Sampaio Junior.



Em seguida, foi a vez da esquerda. A expulsão de Heloisa Helena em 2004 levou junto Luciana Genro e Chico Alencar, entre outros, que fundaram o PSOL.



Os militantes ligados a Igreja Católica também começaram a se afastar, primeiro aqueles ligados ao deputado Chico Alencar, em seguida, Frei Betto.



E agora, bem mais recentemente, o senador Flávio Arns, de fortíssimas ligações familiares com a Igreja Católica.



Os ambientalistas, por sua vez, começam a se retirar a partir do desligamento da senadora Marina Silva do partido.





Quem ficou no PT?



Afinal, quem do grupo fundador ficará no PT? Os sindicalistas.



Por isso é que se diz que o PT está cada vez mais parecido com o velho PTB de antes de 64.



Controlado pelos pelegos, todos aboletados nos ministérios, nas diretorias e nos conselhos das estatais, sempre nas proximidades do presidente da República.



Recebendo polpudos salários, mantendo relações delicadas com o empresariado. Cavando benefícios para os seus. Aliando-se ao coronelismo mais arcaico, o novo PT não vai desaparecer, porque está fortemente enraizado na administração pública dos estados e municípios. Além do governo federal, naturalmente.



É o triunfo da pelegada.





Lucia Hippolito







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