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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

OS ÚLTIMOS POEMAS‏

"Quanto mais estressada uma sociedade,


mais ilusório o seu pensamento..."







A MÁGOA DO BEM

Waldo Luís Viana



A mágoa do bem

É estrada asfaltada,

Muda, aparada,

É escondida de muitos,

Escarpada, decidida a muque,

Eis aí, a estrada do bem.



A mágoa do mal

É cansada, vingativa,

Filha da máfia

E vive a esmo,

Destruindo tudo,

Pensando que é forte,

Mas é pobre, mutilada.

Como é esburacada

A estrada do mal...



O bem se magoa porque tenta ser feliz,

O mal é uma crosta, marcada em desajuste,

É triste ver o mal tentando magoar o bem,

Tentando lhe tomar o que não lhe pertence,

Porque no fim, e afinal,

O amor sempre vence...







COMO QUERIA QUE ELA ME DISSESSE

Waldo Luís Viana



Como queria que ela me dissesse:

-- Meu homem, te amo...



Como queria que ela me dissesse:

-- Meu amor, te chamo...



Como queria que ela me dissesse:

-- Meu príncipe, te aclamo...



Para contigo fazer-me mulher

E ser algo de tão preciso

Que até Narciso iria me querer,



E para não ser preciso e nem maldito,

Se tu vieres, vieres,

Eis aí o meu sonho,



Se tu o tivesses escrito,

Escrito...





O ALBERGUE

Waldo Luís Viana



Meu coração é um albergue,

Um albergue de trem...

Cabem todos, os felizes

e infelizes

Neste nefasto vai-e-vem da vida,

Quantas feridas

No meu coração de albergue,

Que ama sem mal dizer,

Sem adorar, nem ser,

Apenas sabendo que o bom sabor da vida

É receber,

E não desamar, jamais...



Meu coração é um albergue

E disparou,

Sabendo que as feridas ao dispor

Foram encobertas

Pelo amor,

Que escorre pelas veias

E se expressa no horizonte

E atesta o que todos desejam,

Especialmente quando o trem chega,

Malvado e triste,

Ao destino...





PAPAI NOEL

Waldo Luís Viana



Se Papai Noel chegar,

Não será papai,

Estará coberto de fel,

Com certeza, não noel,

Homem gordo, entalado,

Cheio de Itaú e Bradesco,

Dantesco, o Papai Noel,

Não quer infância nem amor,

Nem qualquer vigilância...

O Papai Noel propaga os sinos da morte,

É triste e sem jactância,

Sem Natal e esperança...

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